Boa tarde a todas,
É a primeira vez que participo num fórum deste género, embora seja leitora algo assídua quando procuro informações sobre alguma duvida.
Achei no entanto que por ter passado por uma situação de aborto retido poderia partilhar a minha experiência de forma a desmistificar algumas duvidas sobre o assunto.
Soube que estava grávida no inicio do mês e no dia 23 de Outubro fui fazer a ecografia com 8 semanas. No entanto, a gravidez foi considerada inviável, pois o embrião apenas se desenvolveu até as 6 semanas, ou seja não tinha nem batimentos cardíacos, nem o tamanho que seria suposto nas seis semanas.
O meu médico ginecologista explicou-me então que existiam 3 opções:
1º Esperar que o meu corpo fizesse uma expulsão espontânea, sendo que até à data eu não tinha tido qualquer perda. Obviamente que o tempo de espera para ser espontâneo teria de ser uma coisa controlada e não indefinida;
2º Provocar a expulsão através de medicamentos
3º Recorrer a uma curetagem (vulgo raspagem);
Obviamente e porque se psicologicamente fosse uma situação fácil de gerir seria sempre preferível optar pelo corpo responder sozinho, mas por muito fortes que nós mulheres sejamos, não somos super mulheres, e então ficou combinado que esperaria uma semana e voltaria à consulta para ser reavaliada.
Assim foi. Dia 30 voltei a fazer uma eco na qual ele verificou que o meu útero estava igual e não via mudanças pelo que me receitou a medicação. O medicamento prescrito não é mais que um medicamento para ulceras do estômago, mas que provoca contracções no útero podendo levar ao aborto. Existem varias formas de o tomar (oral, sublingual e vaginal), sendo que o meu médico me indicou a vaginal, em duas aplicações de 4 comprimidos com um intervalo de 4 horas em cada uma. Deveria fazê-lo em casa, acompanhada e tomar um analgésico mais forte se sentisse necessidade. Para além disso também me deixou à vontade para lhe ligar caso tivesse alguma duvida ou se por algum acaso a hemorragia fosse mais descontrolada e pudesse ser necessário ir até ao hospital.
Dia 31 (sexta), com o meu marido em casa, coloquei os primeiros 4 às 11h da manhã e os segundos 4 às 15h. É verdade que poderia ter tido alguma perda no intervalo, mas a mim só me fez efeito já perto das 20h30, sendo que não tive dores intensas, apenas cólicas como se fosse menstruar. Tal como ele me disse, durante cerca de uma hora fui por 3 vezes à casa de banho (fazia confusão perder para o penso e como sentia preferi ir até à sanita) e tive as perdas maiores, e sente-se perfeitamente a saída de coágulos.
Desde então e até hoje (domingo), tenho ligeiras perdas como se fosse uma menstruação.
Serei reavaliada na próxima quinta para verificar se fiz a expulsão completa.
Todas sabemos que por vezes há excepções e a medicina não é uma ciência exacta, mas o meu testemunho é apenas para mostrar que há situações que felizmente correm bem. E já bem basta a situação triste de não termos uma gravidez evolutiva.
Agora quero ter pensamento positivo e encerrar esta fase. Outras virão com finais mais felizes
Um beijinho a todas e quem estiver a passar por algo semelhante: MUITA FORÇA!