Tratamentos de fertilidade e a "condenação" da idade

LGFSilva escreveu:

Nao passei pelo menos mas quero reforçar que cientificamente é correto o que a médica lhe diz , sei que por vezes só queremos colinho dos médicos mas por vezes têm de ser realistas, iiu a probabilidade de sucesso é o mesmo que uma tentativa mensal natural portanto fiv sim é melhor pq consegue potencializar e ter mais chances de gravidez do que estar a fazer ciclos de iiu que tem um mínimo dos mínimos para ter sucesso (se até então não houve PQ seria diferente com IIU) depois a qualidade pode ser má seja nova ou com mais idade, tudo vai depender dos seus hábitos e se tem alguma doença que possa afetar os ovulos, como endometriose ou sop e a quantidade desce mesmo apartir dos 35, é biológico. Sei que se calhar não era o que esperava ler mas há médicos realistas (o meu tipo de médico) que dizem biologicamente e sem rodeios o que deve ser para a idade e depois há outros médicos que até podem da colo e vender uma realidade irreal, pode sim ter sucesso com os seus ovulos mas pode ser um caminho mais demorado, e quanto mais tempo passar mais a qualidade e quantidade diminui , mas as percentagens de sucesso diminuiu. Não há exame médico que consiga perceber a qualidade de ovulos, só a posteriori quando são embriões . E realmente tem de ser tudo perfeito para os médicos ficarem satisfeitos, o objetivo deles é que tenha um bebê e para isso vao lhe aconselhar o tratamento que lhe é mais provável isso acontecer

Obrigada pela sua perspetiva. Desde o início do processo que tive sempre noção das probabilidades e estatísticas. Também nunca pedi que me iludissem, logo eu que sou daquelas de pés bem assentes na terra. A única coisa que não concordo é que condenem à partida um processo que ainda nem sequer começou. Não sabem como é a qualidade dos ovulos, se vão haver muitos ou poucos embriões, etc etc etc. Presumem logo que tudo vai ser muito difícil com base apenas num critério: o da idade. Já sei que não tenho 20 anos. Que a probabilidade é baixa. Que se calhar nunca vou ser mãe. Mas acho que não é preciso estar sempre a pensar no pior.

Adelia_Silva escreveu:

Olá
Antes de mais, quero que saiba que não está sozinha e o que sente é normal.
Eu era mais uma iludida que achava que uma mulher poderia engravidar em qualquer altura da vida até à menopausa.
Eu tive o meu primeiro filho aos 34 anos. Foi super fácil. Ao fim de 3 meses, já tinha o meu positivo. Depois a vida continuou, o trabalho, o filho, a vida.. tudo foi ocupando a minha vida e fui atrasando a ideia de ter um segundo.
Quando dei por mim tinha 39 anos. Pensei que era agora ou nunca. Comecei a tentar. Passou um mês, outro mês, outro mês... e nada. Ao fim de 6 meses já comecei a estranhar visto que da outra vez tinha sido mais fácil. Resolvi ir ao ginecologista ao que me detectou endometriose. Eu nunca tinha tido nenhum sintoma. Ele disse para eu continuar a tentar e ao fim de 6 meses, para voltar. Passado esse tempo, decidimos operar. Entretanto meteu-se a pandemia e tudo atrasou. Passado um ano fui operada e supostamente já tinha retirado o que me estava a impedir a engravidar.
Durante esses meses todos, eu tentei todos os meses. Estamos a falar de cerca de 2 anos a tentar todos os meses.
Passaram mais 6 meses e nada. O médico recomendou um especialista. Quando fui à consulta na clinica de fertilidade, o médico foi muito sincero comigo. Disse que a minha probabilidade era de cerca de 7%. Foi ai que descobri que apesar de estar a ovular, isso não significava que os óvulos eram "bons". Na minha ignorância, eu pensava que se ovulamos, então podemos engravidar. Estava errada.
Esse médico disse para eu continuar a tentar em casa, que apesar de não ser recorrente, acontecia alguns casais conseguirem mesmo com as taxas de sucesso serem baixas.
Mais um ano a tentar em casa e nada.
Até que decidi voltar à clínica e tentar FIV. Fiz 2 FIV's, tive 2 embriões na primeira tentativa e 1 embrião na segunda tentativa. Tudo negativo.
Ou seja, cerca de 4 anos a tentar todos os meses, 2 FIV's e nada.
O desejo de ser mãe não calava e resolvi tentar ovodoação. Bastou 1 embrião, fiquei logo grávida. A doadora tinha 29 anos.
Ou seja, no meu caso específico, acredito piamente que o problema eram os óvulos.
E sim, podemos estar a ovular e não signficar nada. Um óvulo aos 40 anos não tem nada haver com um aos 20 anos.
Se há mulheres que engravidam aos 45 anos naturalmente? Claro que há. É por isso que se falam em taxas de sucesso ou taxas de probabilidade. Acima de 35 anos, a taxa de sucesso de uma gravidez natural é cerca de 10%. O que isto significa? Que em 100 mulheres, 10 conseguem engravidar e 90 não conseguem. É espectacular se fizermos parte desse grupo de 10, é uma treta se fizermos parte desse grupo de 90.
Há sempre historias de mulheres que engravidaram aos 50 anos. Ainda bem que há mas isso são cerca de 2%, ou seja, são 2 mulheres em 100. Mas depois ouvimos esses relatos e pensamos que é super fácil engravidar em qualquer idade.
Em relação ao seu caso, não sei a sua história e qual o motivo da sua infertilidade. À partida, diria que com 36 anos, as suas hipóteses seriam superiores às minhas com 40 anos na altura. E lá está.. eu conheço mulheres que engravidaram naturalmente aos 38 anos. Não é a maioria, mas existe.
Por isso, força, não desista e talvez esteja na hora de mudar de médico. Há formas e formas de se falar com os pacientes e há médicos que apesar de realistas, são mais humanos que outros.

Muito obrigado pela sua resposta. Eu quando iniciei as tentativas de engravidar já sabia de todas as estatísticas e probabilidades, seja numa concepção natural seja com ajuda médica. Sempre fui de ler e estudar e perceber os processos. Claro que ouvia histórias de quem conseguiu logo a primeira, porque lá está alguém tem de fazer parte das estatísticas. Só não acho bem que se parta logo do princípio que por ter mais de 35 anos vai ser tudo péssimo. Mas pronto que sirva para não ter grandes expectativas e não me desiludir porque já percebi que é realmente possível que nunca venha a ser mãe. Fico feliz por si, por ter conseguido e não ter desistido do seu sonho de ter um segundo filho.

Joana987 escreveu:

Tenho 39 anos. Engravidei aos 38 no primeiro mes de tentativa mas infelizmente abortei. Quando voltei a tentar demoramos 6 meses e engravidei ja a fazer 39 anos. Ate agora està tudo a correr bem. Nao desista e tenha esperança; sim as probabilidades sao baixas mas existem.

Muito obrigado pela sua resposta, é sempre muito reconfortante ver que existem casos positivos onde correu tudo bem, mesmo contra todas as estatísticas e probabilidades desfavoráveis. Não vou desistir, é um caminho muito duro, difícil, solitário. Sinto que não posso falar disto com ninguém e o que nós mulheres sentimos é difícil de expressar, mesmo ao nosso companheiro. Acho que eles sentem de forma diferente, mesmo que tenham o mesmo desejo de ser pais e não deixem de nos apoiar. Desejo-lhe as maiores felicidades e que continue tudo a correr pelo melhor. Não tarda tem o seu sonho nos braços 🙏

guialmi escreveu:

AS_M escreveu:

LGFSilva escreveu:Nao passei pelo menos mas quero reforçar que cientificamente é correto o que a médica lhe diz , sei que por vezes só queremos colinho dos médicos mas por vezes têm de ser realistas, iiu a probabilidade de sucesso é o mesmo que uma tentativa mensal natural portanto fiv sim é melhor pq consegue potencializar e ter mais chances de gravidez do que estar a fazer ciclos de iiu que tem um mínimo dos mínimos para ter sucesso (se até então não houve PQ seria diferente com IIU) depois a qualidade pode ser má seja nova ou com mais idade, tudo vai depender dos seus hábitos e se tem alguma doença que possa afetar os ovulos, como endometriose ou sop e a quantidade desce mesmo apartir dos 35, é biológico. Sei que se calhar não era o que esperava ler mas há médicos realistas (o meu tipo de médico) que dizem biologicamente e sem rodeios o que deve ser para a idade e depois há outros médicos que até podem da colo e vender uma realidade irreal, pode sim ter sucesso com os seus ovulos mas pode ser um caminho mais demorado, e quanto mais tempo passar mais a qualidade e quantidade diminui , mas as percentagens de sucesso diminuiu. Não há exame médico que consiga perceber a qualidade de ovulos, só a posteriori quando são embriões . E realmente tem de ser tudo perfeito para os médicos ficarem satisfeitos, o objetivo deles é que tenha um bebê e para isso vao lhe aconselhar o tratamento que lhe é mais provável isso acontecer

Obrigada pela sua perspetiva. Desde o início do processo que tive sempre noção das probabilidades e estatísticas. Também nunca pedi que me iludissem, logo eu que sou daquelas de pés bem assentes na terra. A única coisa que não concordo é que condenem à partida um processo que ainda nem sequer começou. Não sabem como é a qualidade dos ovulos, se vão haver muitos ou poucos embriões, etc etc etc. Presumem logo que tudo vai ser muito difícil com base apenas num critério: o da idade. Já sei que não tenho 20 anos. Que a probabilidade é baixa. Que se calhar nunca vou ser mãe. Mas acho que não é preciso estar sempre a pensar no pior.

Tenha esperança, está no início do caminho e é a altura para acreditar em si, no processo, na sorte ! Percebo perfeitamente a sua revolta , no meu percurso pela infertilidade comecei precisamente assim, com um médico nos HUC a atirar me estatísticas à cara como uma bofetada. Só que uma bofetada doeria menos. Depois mudei, fui para uma clínica que à época era a melhor do país, onde me senti respeitada. A causa da minha infertilidade nunca foi conhecida, fiz coito programado, IIU e ao fim de todos os insucessos uma FIV que resultou numa gravidez gemelar. Quando engravidei já tinha 34 anos.
Felicidades para o seu percurso e acredite.

Tenho procurado não me deixar abater pelas estatísticas, probabilidades desfavoráveis e um médico que nos enche de chapadas de realidade. Eu gosto dele, sou muito pés na terra. Só não preciso que estejam sempre a deitar o sonho de ser mãe por terra por causa de um número. Alguém tem de fazer parte das estatísticas positivas não é? Porque é que não poderei ser eu a caber nelas, ainda que possa não ser? Eu sei a causa da minha infertilidade, que nem infertilidade é: é subfertilidade. De momento não ovulo de forma natural, mas é uma questão de tempo até acontecer. Problema: não há como saber quando vai acontecer e a idade, lá está, vai avançando. E por isso tive de recorrer a ajuda médica, porque muitas vezes o tempo do corpo não é compatível com o nosso tempo. Fisicamente estou perfeita, o problema está na cabeça. Daí que a minha frustração seja ainda maior, nem sequer tenho hipóteses de tentar em cada, de forma "natural", porque não ovulo sem ser com medicação. Fz apenas uma tentativa de coito programado numa clínica privada e resultou, tive dois testes de gravidez positivos. Ténues, mas positivos. Infelizmente foi uma gravidez química. Por estar tudo bem fisicamente é que quisemos tentar a IIU, antes de avançar já para a FIV, como era vontade do médico. Por isso é que não posso esperar muito. Já fiz um ciclo de indução de ovulação com uma medicação que não surtiu efeito rigorosamente nenhum. Acabaram por me cancelar o ciclo. E vou agora dar inicio a outro, porque efetivamente não cheguei sequer à parte da inseminação e por isso não passei sequer pela possibilidade de poder resultar. Tem sido difícil manter a esperança. Não vou desistir. Mas não é fácil. Obrigada pelo seu testemunho, dá sempre ânimo e coragem a quem está no caminho.

LGFSilva escreveu:

AS_M escreveu:

LGFSilva escreveu:Nao passei pelo menos mas quero reforçar que cientificamente é correto o que a médica lhe diz , sei que por vezes só queremos colinho dos médicos mas por vezes têm de ser realistas, iiu a probabilidade de sucesso é o mesmo que uma tentativa mensal natural portanto fiv sim é melhor pq consegue potencializar e ter mais chances de gravidez do que estar a fazer ciclos de iiu que tem um mínimo dos mínimos para ter sucesso (se até então não houve PQ seria diferente com IIU) depois a qualidade pode ser má seja nova ou com mais idade, tudo vai depender dos seus hábitos e se tem alguma doença que possa afetar os ovulos, como endometriose ou sop e a quantidade desce mesmo apartir dos 35, é biológico. Sei que se calhar não era o que esperava ler mas há médicos realistas (o meu tipo de médico) que dizem biologicamente e sem rodeios o que deve ser para a idade e depois há outros médicos que até podem da colo e vender uma realidade irreal, pode sim ter sucesso com os seus ovulos mas pode ser um caminho mais demorado, e quanto mais tempo passar mais a qualidade e quantidade diminui , mas as percentagens de sucesso diminuiu. Não há exame médico que consiga perceber a qualidade de ovulos, só a posteriori quando são embriões . E realmente tem de ser tudo perfeito para os médicos ficarem satisfeitos, o objetivo deles é que tenha um bebê e para isso vao lhe aconselhar o tratamento que lhe é mais provável isso acontecer

Obrigada pela sua perspetiva. Desde o início do processo que tive sempre noção das probabilidades e estatísticas. Também nunca pedi que me iludissem, logo eu que sou daquelas de pés bem assentes na terra. A única coisa que não concordo é que condenem à partida um processo que ainda nem sequer começou. Não sabem como é a qualidade dos ovulos, se vão haver muitos ou poucos embriões, etc etc etc. Presumem logo que tudo vai ser muito difícil com base apenas num critério: o da idade. Já sei que não tenho 20 anos. Que a probabilidade é baixa. Que se calhar nunca vou ser mãe. Mas acho que não é preciso estar sempre a pensar no pior.

Claro que não é preciso estar a pensar no pior mas cabe a si encher de positividade e acreditar que vai conseguir porque só vocês é que têm esse poder , o médico vai sempre aconselhar o que acha melhor no seu caso em base do vosso histórico mas têm de ser vocês a acreditar que é possível e que vão conseguir!!! Nos próprios somos os nossos maiores inimigos mas tbm podemos ser os nossos maiores fãs!!! Cabeça para cima e não desista, basta um, já é mãe com esse desejo que tem, se não gosta da abordagem do médico mude, mas não desista não merecem isso

Obrigada. É exatamente isso, não estar sempre a pensar no pior. Eu dei início aos tratamentos com pensamento positivo, sem deixar de acreditar. Mas o médico enche-me sempre de bofetadas de realidade. Eu conheço a realidade, sei que é difícil. Sou uma pessoa muito realista. Mas conseguir manter a cabeça erguida e o pensamento positivo com tanta bofetada nem sempre é fácil. Não vou desistir, só preciso que o médico também acredite um bocadinho no processo e me ajude. Obrigada

PatyAS escreveu:

Olá
Não me vou alongar muito, porque o essencial já foi aqui mencionado.
Um conselho, se não se sente bem com a abordagem da médica/o mude, siga sempre a sua intuição, existe um critério fundamental que é, o médico tem se sentir empatia pela história do casal, e o casal tem de sentir confiança no médico, logo se não existir essa empatia não faz sentido continuar os tratamentos com esse profissional.
Claro que a qualidade dos óvulos de 30 não são iguais aos de 20, uma pessoa já sabe que não vai para nova, mas também estar a condenar um tratamento que nem sequer começou, quer dizer já basta o peso psicológico e financeiro que o uma pessoa tem de lidar.
Procure um medico que a ajude de verdade.
Boa sorte

Olá. Muito obrigado pela resposta. Eu gosto do médico, parece-me muito competente. Só preciso que ele próprio tenha um bocado de fé (que não é incompatível com todas as probabilidades científicas e biológicas que sabemos que existem) e acredite no processo. Porque lá está, alguém tem de fazer parte das estatísticas boas, não poderei ser eu? Quem sabe não é? Posso não ser, é certo. Mas também pode acontecer. Não posso trocar de médico porque estou a ser acompanhada no SNS. No privado talvez fizesse diferente. Mas lá está, não desgosto do médico e parece me muito competente, que em última análise é o que importa. Só não preciso que me encha de uma realidade bruta de cada vez que estou com ele. É precisamente o que disse, às vezes sinto que está a condenar um processo que ainda nem sequer começou, porque eu ainda nem fiz sequer a primeira IIU. O peso psicológico desta jornada é avassalador e esmagador. Vou continuar e não vou desistir. Vamos ver se tenho sorte, porque, embora nenhum médico goste de admitir, nestas coisas uma parte é ciência, estatísticas e probabilidades e a outra é sorte. E essa, ninguém consegue controlar. Obrigada

Adelia_Silva escreveu:

Olá
Antes de mais, quero que saiba que não está sozinha e o que sente é normal.
Eu era mais uma iludida que achava que uma mulher poderia engravidar em qualquer altura da vida até à menopausa.
Eu tive o meu primeiro filho aos 34 anos. Foi super fácil. Ao fim de 3 meses, já tinha o meu positivo. Depois a vida continuou, o trabalho, o filho, a vida.. tudo foi ocupando a minha vida e fui atrasando a ideia de ter um segundo.
Quando dei por mim tinha 39 anos. Pensei que era agora ou nunca. Comecei a tentar. Passou um mês, outro mês, outro mês... e nada. Ao fim de 6 meses já comecei a estranhar visto que da outra vez tinha sido mais fácil. Resolvi ir ao ginecologista ao que me detectou endometriose. Eu nunca tinha tido nenhum sintoma. Ele disse para eu continuar a tentar e ao fim de 6 meses, para voltar. Passado esse tempo, decidimos operar. Entretanto meteu-se a pandemia e tudo atrasou. Passado um ano fui operada e supostamente já tinha retirado o que me estava a impedir a engravidar.
Durante esses meses todos, eu tentei todos os meses. Estamos a falar de cerca de 2 anos a tentar todos os meses.
Passaram mais 6 meses e nada. O médico recomendou um especialista. Quando fui à consulta na clinica de fertilidade, o médico foi muito sincero comigo. Disse que a minha probabilidade era de cerca de 7%. Foi ai que descobri que apesar de estar a ovular, isso não significava que os óvulos eram "bons". Na minha ignorância, eu pensava que se ovulamos, então podemos engravidar. Estava errada.
Esse médico disse para eu continuar a tentar em casa, que apesar de não ser recorrente, acontecia alguns casais conseguirem mesmo com as taxas de sucesso serem baixas.
Mais um ano a tentar em casa e nada.
Até que decidi voltar à clínica e tentar FIV. Fiz 2 FIV's, tive 2 embriões na primeira tentativa e 1 embrião na segunda tentativa. Tudo negativo.
Ou seja, cerca de 4 anos a tentar todos os meses, 2 FIV's e nada.
O desejo de ser mãe não calava e resolvi tentar ovodoação. Bastou 1 embrião, fiquei logo grávida. A doadora tinha 29 anos.
Ou seja, no meu caso específico, acredito piamente que o problema eram os óvulos.
E sim, podemos estar a ovular e não signficar nada. Um óvulo aos 40 anos não tem nada haver com um aos 20 anos.
Se há mulheres que engravidam aos 45 anos naturalmente? Claro que há. É por isso que se falam em taxas de sucesso ou taxas de probabilidade. Acima de 35 anos, a taxa de sucesso de uma gravidez natural é cerca de 10%. O que isto significa? Que em 100 mulheres, 10 conseguem engravidar e 90 não conseguem. É espectacular se fizermos parte desse grupo de 10, é uma treta se fizermos parte desse grupo de 90.
Há sempre historias de mulheres que engravidaram aos 50 anos. Ainda bem que há mas isso são cerca de 2%, ou seja, são 2 mulheres em 100. Mas depois ouvimos esses relatos e pensamos que é super fácil engravidar em qualquer idade.
Em relação ao seu caso, não sei a sua história e qual o motivo da sua infertilidade. À partida, diria que com 36 anos, as suas hipóteses seriam superiores às minhas com 40 anos na altura. E lá está.. eu conheço mulheres que engravidaram naturalmente aos 38 anos. Não é a maioria, mas existe.
Por isso, força, não desista e talvez esteja na hora de mudar de médico. Há formas e formas de se falar com os pacientes e há médicos que apesar de realistas, são mais humanos que outros.

Olá Adélia. Obrigada pela sua resposta. Eu já estava mais ou menos ciente das probabilidades quando decidi tentar ser mãe. Mas acho que efetivamente somos pouco alertadas para as "limitações" da própria biologia da mulher. De toda a forma não acho que "só" a idade tenha de ser uma sentença à partida. Até arrisco dizer que há óvulos de mulheres de 20 que não são tão bons como uma de 30. Porquê? Depende da saúde em geral e estilo de vida da pessoa. Nutrição, bom sono, pouco stress, atividade física. Tendo isso alinhado acho que também ajuda nas hipóteses de se conseguir. Claro que pode não valer nada. Mas eu pelo menos procurei fazer tudo o que estava ao meu alcance para otimizar o organismo e preparei tudo. Vamos ver se tenho sorte. Obrigada pelo seu testemunho inspirador e pela coragem de seguir pela ovodoação. Não vou desistir, embora este seja um caminho muito difícil, longo e solitário. E o fator sorte também conta, embora os médicos não gostem muito de admitir. Eu não desgosto do meu, é realista e eu também sou. Só não preciso que me atirem constantemente à cara que vai ser complicado e as probabilidades são baixas. Infelizmente com 36 anos sou considerada "velha". É o que é. Vou seguir de cabeça erguida, não sei se algum dia vou ser mãe mas pelo menos saberei que tentei tudo o que estava ao meu alcance.

AppleCinnamon escreveu:

AS_M não sei se percebi bem, mas o médico quer já encaminha-la para FIV?
Se for isso, embora possa não parecer, é algo positivo. As listas de espera são longas e se entrar já para elas, tem maior probabilidade de sucesso.
Digo maior probabilidade de sucesso não só pelo facto de com FIV as probabilidades serem superiores, mas também porque (no pior cenário) caso precise de mais que uma FIV, quanto mais rápido for para a lista, maior a probabilidade de ainda conseguir usufruir dos 3 tratamentos a que tem direito no público.
Entenda-se, não quero com isto dizer que vai precisar dos 3, espero sinceramente que não, mas a verdade é que há muitas mulheres que não conseguem usufruir deles, mesmo precisando, porque ultrapassam os 40 (sei que ainda faltam 4 anos).
Será que o médico a pode inscrever na lista de espera da FIV enquanto tenta as IIU?
Que corra tudo bem e que, seja qual for o tratamento necessário, o seu colo se encha de amor logo logo

Olá. Quando iniciei o acompanhamento fiz os tradicionais exames médicos e foi me dito que se estivesse tudo bem começava com a IIU. Tanto eu como o meu marido tínhamos tudo ok nos exames mas por causa da idade o médico queria já que avançassemos para FIV. Optamos por fazer pelo menos uma tentativa de IIU. A probabilidade é mais baixa, igual a uma concepção natural, mas é também menos invasivo. Ainda não cheguei à fase da inseminação, estou a fazer a indução da ovulação. Segundo o médico a lista de espera é de um ano. Com a minha idade atual e tendo isso em consideração, provavelmente já não vou conseguir as três tentativas de FIV. Tinha também direito a 3 tentativas de inseminação, mas se já não devo conseguir para a FIV, se fizer as três inseminações menos tempo me resta. Acaba por ser injusto porque entrei no processo antes da idade e não tenho culpa (nem nenhuma mulher tem) que o SNS tenha listas de espera de 1 ano. Devíamos ter na mesma direito às 3 tentativas ainda que já tivéssemos atingido os 39 anos. Se não houvesse lista de espera ainda conseguia. Assim, será difícil. Confesso que na última consulta saí tão abalada que não questionei o médico se me podia pôr já em lista de espera enquanto tento as inseminações, mas tenho ideia que não, estando num processo não me posso inscrever no outro. O que, mais uma vez não fez qualquer sentido. Se as inseminações funcionassem, saía da lista da FIV e pronto. É o país que temos. Obrigada pela força, não sei se terei a sorte de ter o meu colo cheio de amor mas vou fazer o que estiver ao meu alcance para conseguir

guialmi escreveu:

AS_M escreveu:

AppleCinnamon escreveu:AS_M não sei se percebi bem, mas o médico quer já encaminha-la para FIV?
Se for isso, embora possa não parecer, é algo positivo. As listas de espera são longas e se entrar já para elas, tem maior probabilidade de sucesso.
Digo maior probabilidade de sucesso não só pelo facto de com FIV as probabilidades serem superiores, mas também porque (no pior cenário) caso precise de mais que uma FIV, quanto mais rápido for para a lista, maior a probabilidade de ainda conseguir usufruir dos 3 tratamentos a que tem direito no público.
Entenda-se, não quero com isto dizer que vai precisar dos 3, espero sinceramente que não, mas a verdade é que há muitas mulheres que não conseguem usufruir deles, mesmo precisando, porque ultrapassam os 40 (sei que ainda faltam 4 anos).
Será que o médico a pode inscrever na lista de espera da FIV enquanto tenta as IIU?
Que corra tudo bem e que, seja qual for o tratamento necessário, o seu colo se encha de amor logo logo

Olá. Quando iniciei o acompanhamento fiz os tradicionais exames médicos e foi me dito que se estivesse tudo bem começava com a IIU. Tanto eu como o meu marido tínhamos tudo ok nos exames mas por causa da idade o médico queria já que avançassemos para FIV. Optamos por fazer pelo menos uma tentativa de IIU. A probabilidade é mais baixa, igual a uma concepção natural, mas é também menos invasivo. Ainda não cheguei à fase da inseminação, estou a fazer a indução da ovulação. Segundo o médico a lista de espera é de um ano. Com a minha idade atual e tendo isso em consideração, provavelmente já não vou conseguir as três tentativas de FIV. Tinha também direito a 3 tentativas de inseminação, mas se já não devo conseguir para a FIV, se fizer as três inseminações menos tempo me resta. Acaba por ser injusto porque entrei no processo antes da idade e não tenho culpa (nem nenhuma mulher tem) que o SNS tenha listas de espera de 1 ano. Devíamos ter na mesma direito às 3 tentativas ainda que já tivéssemos atingido os 39 anos. Se não houvesse lista de espera ainda conseguia. Assim, será difícil. Confesso que na última consulta saí tão abalada que não questionei o médico se me podia pôr já em lista de espera enquanto tento as inseminações, mas tenho ideia que não, estando num processo não me posso inscrever no outro. O que, mais uma vez não fez qualquer sentido. Se as inseminações funcionassem, saía da lista da FIV e pronto. É o país que temos. Obrigada pela força, não sei se terei a sorte de ter o meu colo cheio de amor mas vou fazer o que estiver ao meu alcance para conseguir

Na verdade a probabilidade de sucesso de uma IIU não é igual a uma concepção natural, é superior, porque se controla a ovulação, o esperma é lavado e colocado junto ao colo do útero, enfim, igual não é. Idealmente faria as tentativas de IIU já em lista de espera para Fiv, era isso que faria sentido.
Custa me perceber o pessimismo do médico perante uma idade de 36 anos. Se fosse perto ou acima dos 40 sim, sem dúvida, mas não é o caso. E certamente fez análises à reserva ovárica, existe um conhecimento (embora não exato) da 'juventude' dos seus óvulos.
Muita calma e não se centre demasiado neste processo (viva a sua vida ... viaje, faça desporto, beba um copo de vinho se gostar...)

Pelo menos a nível de probabilidades de ocorrer uma gravidez o médico disse-me que rondava os 10 a 15% na minha idade, que é semelhante à probabilidade de ocorrer uma concepção natural (presumindo que se acerta na janela fértil e se consegue uma fecundação e implantação com sucesso). Na inseminação sabe-se exatamente qual é a janela de ovulação e o esperma selecionado é o de melhor qualidade mas as hipóteses de sucesso são, ainda assim baixas. Mas como todos os exames estavam bem não quisemos deixar de tentar. E já vamos com uma indução falhada porque a medicação que me deram teve zero efeitos e por isso cancelaram tudo e vou iniciar nova medicação. Enfim... Tocou exatamente no ponto que me ger perplexidade, que é tratarem-me como se já fosse demasiado velha para conseguir ser mãe, com 36 anos. Sei que não tenho 20, mas também não tenho 50. Concordo plenamente consigo, se o sistema funcionasse o mais lógico era entrar já para a lista de espera da FIV enquanto fazia as 3 tentativas de inseminação. Isso é o que faz sentido. Se conseguisse engravidar, saía da lista. Tão simples quanto isto. Assim não vou conseguir nem fazer as 3 tentativas de inseminação nem as 3 de FIV, porque tendo em conta o tal ano de esperar já terei atingido os 39 antes de conseguir fazer as 3 tentativas, caso precise delas. É o país que temos. Com 39 anos já somos velhas para ter ajuda. Gostava que vissem os casos de sucesso de mulheres com essa idade e acima disso nas clínicas privadas. Obrigada pela força, é um caminho longo, difícil e solitário e levar com estas bofetadas não ajuda. Mas sigo forte. Vou fazer o que estiver ao meu alcance e não vou desistir.

LGFSilva escreveu:

AS_M escreveu:

AppleCinnamon escreveu:AS_M não sei se percebi bem, mas o médico quer já encaminha-la para FIV?
Se for isso, embora possa não parecer, é algo positivo. As listas de espera são longas e se entrar já para elas, tem maior probabilidade de sucesso.
Digo maior probabilidade de sucesso não só pelo facto de com FIV as probabilidades serem superiores, mas também porque (no pior cenário) caso precise de mais que uma FIV, quanto mais rápido for para a lista, maior a probabilidade de ainda conseguir usufruir dos 3 tratamentos a que tem direito no público.
Entenda-se, não quero com isto dizer que vai precisar dos 3, espero sinceramente que não, mas a verdade é que há muitas mulheres que não conseguem usufruir deles, mesmo precisando, porque ultrapassam os 40 (sei que ainda faltam 4 anos).
Será que o médico a pode inscrever na lista de espera da FIV enquanto tenta as IIU?
Que corra tudo bem e que, seja qual for o tratamento necessário, o seu colo se encha de amor logo logo

Olá. Quando iniciei o acompanhamento fiz os tradicionais exames médicos e foi me dito que se estivesse tudo bem começava com a IIU. Tanto eu como o meu marido tínhamos tudo ok nos exames mas por causa da idade o médico queria já que avançassemos para FIV. Optamos por fazer pelo menos uma tentativa de IIU. A probabilidade é mais baixa, igual a uma concepção natural, mas é também menos invasivo. Ainda não cheguei à fase da inseminação, estou a fazer a indução da ovulação. Segundo o médico a lista de espera é de um ano. Com a minha idade atual e tendo isso em consideração, provavelmente já não vou conseguir as três tentativas de FIV. Tinha também direito a 3 tentativas de inseminação, mas se já não devo conseguir para a FIV, se fizer as três inseminações menos tempo me resta. Acaba por ser injusto porque entrei no processo antes da idade e não tenho culpa (nem nenhuma mulher tem) que o SNS tenha listas de espera de 1 ano. Devíamos ter na mesma direito às 3 tentativas ainda que já tivéssemos atingido os 39 anos. Se não houvesse lista de espera ainda conseguia. Assim, será difícil. Confesso que na última consulta saí tão abalada que não questionei o médico se me podia pôr já em lista de espera enquanto tento as inseminações, mas tenho ideia que não, estando num processo não me posso inscrever no outro. O que, mais uma vez não fez qualquer sentido. Se as inseminações funcionassem, saía da lista da FIV e pronto. É o país que temos. Obrigada pela força, não sei se terei a sorte de ter o meu colo cheio de amor mas vou fazer o que estiver ao meu alcance para conseguir

Esta a ser seguida onde? Pode sim ficar inscrita nas duas listas, no hsm ficamos logo inscritos na de FIV e depois fizemos analises para ver se conseguiamos fazer IIU ou nao nos entretantos, na segunda consulta (ja anteriormente inscritos em FIV) foi nos dito que infelizemte nao podiamos fazer iiu enquanto aguardamos para FIV... pergunte se é possivel pois no HSM é possivel

Estou a ser seguida no CMIN. O médico nunca me falou dessa possibilidade mas na próxima consulta vou abordar já esta questão. Obrigada